Energia Solar: Protagonismo pelo mundo

A capacidade instalada de geração de energia solar em nível global chegou à marca histórica de 1 mil Gigawatts (GW) em 2022, segundo aponta o estudo Global Market Outlook for Solar Power, divulgado recentemente na Alemanha.

Esse montante, para se ter uma ideia, equivale à soma de aproximadamente 71 usinas hidrelétricas do porte da Itaipu Binacional (14 GW).

Atingiu-se uma velocidade de crescimento sem dúvida impressionante. Um fenômeno que abrange várias regiões do planeta, levando em conta que o mundo possuía pouco mais de cerca 800 Megawatts (MW) por volta do início dos anos 2000, mais concentrados no Japão, Estados Unidos e Alemanha.

O dinheiro prefere o sol

Quanto a investimentos, somente no primeiro semestre de 2022 os desembolsos destinados a projetos de fonte solar foram de US$ 120 bilhões, valor que representou 53% do total de recursos aplicados na implantação de usinas de geração renovável (US$ 226 bi), conforme dados da agência de pesquisa Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

Houve um avanço de 33% sobre o primeiro semestre de 2021, ultrapassando, comparativamente, o desempenho do volume de recursos voltados para geração eólica, que, considerando o mesmo intervalo de tempo, aumentaram, em nível global, 16%, para US$ 84 bilhões.

Chineses na frente

A China segue forte na liderança. No primeiro semestre de 2022, aparecia como dona de um mercado avaliado em US$ 41 bilhões concentrado na fonte. Ou seja, o correspondente a 34% do mercado total daquele período, representado por todos os países, cujos dados compõem o levantamento da BNEF.

Sem se falar que foi registrado na China um salto de 173% sobre o valor do primeiro semestre de 2021, que estava na faixa de US$ 15 bilhões. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com um mercado estimado em US$ 7,5 bilhões, seguido pelo Japão, com US$ 3,9 bilhões.

A capacidade instalada de geração na China em 2021 estava calculada em aproximadamente 307 GW, conforme dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena, na sigla em inglês), contra 254 GW verificados em 2020. Já os Estados Unidos apresentavam 95 GW instalados em 2021, versus 75,5 GW no ano anterior. O Japão, por sua vez, saiu de 69,7 GW para 74,1 GW no mesmo espaço de tempo.

Pioneirismo de sobrevivência

Entre esses líderes que ergueram a indústria solar ao longo do tempo, por motivações até certo ponto diferenciadas, um país merece atenção especial. Ele ocupa, ao lado da Alemanha, lugar de destaque nessa narrativa. A China, por sua vez, emergiu logo na sequência, em meio a um contexto de oportunidade, como uma personagem de papel chave.

É que numa época em que a geração solar fotovoltaica ainda era um “luxo” de tão cara, usada mais pela indústria aeroespacial entre os anos 1960 e 1980, o Japão resolveu apostar na fonte. Entre outras motivações, por ser uma nação bastante limitada em recursos energéticos.

Houve então interesse em realizar pesados investimentos para  desenvolver a tecnologia, como forma de aumentar a sua eficiência e rendimento, para daí partir para uma fabricação de equipamentos em maior escala. Iniciativa que foi acompanhada por programas viabilizados por políticas de governo como forma de ampliar a utilização de sistemas.

Medo nuclear

Quase ao mesmo tempo da mobilização no Japão, o mundo mergulhou em duas crises de petróleo, o que despertou ainda mais o interesse por “energias alternativas”, como eram chamadas na época.

Com petróleo caro, certa aversão a combustíveis fósseis e verdadeiro pavor pela energia nuclear, na Alemanha começou o movimento verde em prol da preservação do meio ambiente. A mobilização ganhou tamanha força, que acabou consolidado em partido político de forte influência a partir dos anos 1990, época também da unificação entre os lados Ocidental e Oriental, com a queda do muro de Berlim.

O governo alemão passou a abraçar as fontes renováveis, com ênfase em solar, patrocinando e subsidiando amplos programas de implantação de sistemas fotovoltaicos. Esse panorama atrativo foi senha para que a China iniciasse enormes investimentos na montagem de imensas fábricas de painéis, tornando-se também um agente “top” no aperfeiçoamento da tecnologia.

Frente às mudanças climáticas, a atual movimentação global pela aceleração da transição energética, embora muito abalada pela situação de guerra entre Rússia e Ucrânia, tornou a China o principal fornecedor de equipamento de geração solar, com exportações em forte alta.

Solar é “pop”

Com um futuro ainda extremamente promissor pela frente, toda essa trajetória de sucesso acontece também por outros fatores. Mas um dos pontos mais relevantes é, com certeza, o nível de acessibilidade oferecido pela tecnologia, entre as opções de geração renovável disponíveis à sociedade.

Em razão da facilidade de transporte, instalação descomplicada e operação praticamente automatizada, a geração solar fotovoltaica, está na linha de frente dos grandes programas sociais de universalização desenvolvidos por várias nações.

Em países de larga extensão territorial, população rarefeita e com baixa renda per capita – como ocorre na África –, comunidades isoladas estão recebendo luz pela primeira vez, conformando outro potente impulsionador de expansão da fonte.

E, muito em breve, qualquer família vai poder contar com seu próprio fornecimento de energia, tornando-se bem menos dependente do suprimento das redes elétricas públicas. Seja por investimento próprio, seja até pela locação de equipamentos de geração solar, modalidade que começa a ser oferecida no mercado. Um pouco mais adiante, a depender do ritmo de queda do preço dos equipamentos de armazenamento, será possível ainda alcançar independência quase total.

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